Hoje não estou muito bem para escrever, daí lembrei-me de uma poesia que li há um tempo no verso de uma revista. Resolvi então procurá-la, achei e agora escrevo a vocês essa linda poesia.
Um dia
Haverá de voltar ao teu planeta
Abandonado antes da total destruição,
E tu, predador de ti mesmo,
Olharás a terra em tua volta...
Verás entre as cinzas, vestígios de vida:
Ossadas de animais,
esqueletos humanos em decomposição
Ao invés de árvores, folhas, verde e flor,
Apenas lúgubres tocos,mortos, fumaçando dor.
Cenário de pesadelo...
Tenebroso filme passará em tua mente,
em câmera lenta cada passo de tua vida:
A criança brincando inocente,
O 'homem gente", imagem e semelhança divina;
Cada árvore destruída, o lixo, a poluição...
Os alertas dos ecologistas,
Os cientistas em suas "inatingíveis" previsões...
Num momento de extrema loucura,
Procurarás alguem para pôr a culpa.
Apenas tu, na paisagem assolada,
Gosto indizível de solidão em tua boca,
Como um pássaro que destrói se próprio ninho.
Encontrarás Deus, mesmo nas cinzas,
Numa rosa despetalada e quase morta.
Vais querer chorar, não haverá lágrimas
em teus olhos impermeáveis.
Teras matado a poesia, aniquilado o riso...
Mas, desafiando a analgia do teu
coração petrificado,
Gritarás tardia profissão de culpa
E ouvirás o eco do teu próprio grito:
"Eu fui feliz! Já morei no paraíso!"
Edson Francisco dos Santos
Santa Maria do Cambucá - PE
Foto: Site Treklens
Foto: Site Treklens


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